Lideranças dos ramos químico e vestuário da CUT definem ações de combate ao racismo nos locais de trabalho

14/04/2018 - 09:09

Projeto é desenvolvido pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Químico da CUT, CNQ, em parceria com o Solidarity Center da AFL-Cio

                Com vistas à integração dos ramos químico e vestuário da CUT, cerca de 10 dirigentes dos sindicatos filiados à CNTRV da região nordeste participaram da etapa regional do Projeto “Políticas e Combate ao Racismo”, desenvolvido pela CNQ (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Químico da CUT), em parceria com o Centro de Solidariedade da Federação Americana do Trabalho e Congresso de Organizações Industriais, AFL-Cio, maior central sindical dos Estados Unidos e Canadá. Ao todo, 35 dirigentes integraram a primeira etapa do Projeto, realizado em Salvador (BA).

                Os participantes debateram estratégias viáveis para a reorganização dos coletivos nacionais de Combate ao Racismo e ao fortalecimento da luta contra as práticas racistas nos locais de trabalho. As ações governamentais pós-golpe e seus impactos na vida e no trabalho da população negra, especialmente para jovens e mulheres, foram duramente criticadas pelas lideranças sindicais. “As mulheres e jovens negros são as maiores vítimas do racismo nos espaços de convivência social, inclusive nos locais de trabalho. O despertar da consciência sobre o racismo e a identificação das diversas formas de preconceito racial, é o primeiro passo para o combate dessas práticas”, argumentou Arlete Silva, secretária de combate ao racismo da CNTRV/CUT.

                A dirigente reforçou ainda que a vida dos negros e negras do país tem piorado substancialmente após o golpe contra Dilma Roussef, já que o atual governo de Michel Temer (MDB) tem como agenda prioritária a destruição das políticas públicas, a retirada de direitos trabalhistas e o ataque à proteção social, inclusive da previdência pública. “As políticas governamentais para combater a miséria, o desemprego e tantos outros males que assolam a nossa sociedade, são o alicerce para um futuro melhor. No momento, não temos nenhum alicerce. Não há nenhuma política pública estabelecida por este governo golpista que beneficie a população negra.  Tudo o que construímos em décadas de luta e organização está sendo destruído”, analisou a sindicalista.

 

Próximas etapas

                Segundo a CNQ, outras duas etapas do Projeto “Políticas e Combate ao Racismo” serão realizadas, envolvendo dirigentes sindicais das regiões sul e sudeste.  Para a Secretaria de Combate ao Racismo da CNTRV, a participação do ramo vestuário no Projeto é um passo importante para a consolidação da ação sindical contra a discriminação racial nos locais de trabalho. “Em nome de todo o Ramo Vestuário da CUT agradecemos imensamente o convite feito pela CNQ e pelo Solidarity Center da AFL-Cio. Tal atitude fortalece ainda mais a relação entre os ramos e consolida um projeto unificado para combater o racismo no trabalho”, avaliou Arlete Silva.

 

Lula Livre

                No dia 11, os participantes do Encontro se integram aos milhares de manifestantes na região central de Salvador para denunciar ao mundo as injustiças cometidas contra o ex-presidente Lula, cuja prisão desrespeita a Constituição do país. Lula foi condenado em segunda instância, sem provas, a 12 anos e 1 mês de prisão, cuja pena foi executada sem que o trânsito em julgado do processo fosse concluído, fato explicitamente proibido pela legislação brasileira. Para os participantes do Projeto, inclusive à representante do Solidarity Center da AFL-Cio, Jana Silverman, Lula é um preso político, vítima de lawfare, termo que define um ambiente em que as instituições jurídicas são abusivamente utilizadas para a perseguição de um adversário político.