Mortes em Taguaí/SP: fatalidade ou descaso?

Nota da CNTRV

Escrito por: Redação CNTRV • Publicado em: 26/11/2020 - 11:35 • Última modificação: 26/11/2020 - 17:54 Escrito por: Redação CNTRV Publicado em: 26/11/2020 - 11:35 Última modificação: 26/11/2020 - 17:54

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               Até o momento são 40 trabalhadores e trabalhadoras têxteis mortos no interior de São Paulo em decorrência de um acidente que foi considerado o mais grave em número de vítimas fatais no Estado nos últimos 22 anos. O total de vítimas fatais é de 41.  O ônibus transportava 53 empregados/as de uma única fábrica, a Stattus Jeans. O acidente ocorreu no município de Taguaí, mas todas as vítimas eram moradoras de Itaí, cidade localizada a cerca de 190 quilômetros da capital paulista.

Embora o advogado da empresa negue o fretamento, os fatos revelam que o transporte era feito de forma exclusiva para para suprir mão-de-obra da empresa. Foi uma fatalidade ou o acidente poderia ter sido evitado se a empresa tivesse assumido o transporte de seus trabalhadores/as? Esta é a pergunta sobre a qual esperamos resposta rápida das autoridades que estão investigando o caso.

               Segundo depoimento do motorista do ônibus, houve falha mecânica. A imprensa apurou também que o veículo estaria sem licença para o transporte de passageiros. Enquanto o assunto repercute em todo o país, a empresa tenta de esquivar da responsabilidade e se apoia numa mudança na legislação trabalhista feita por Bolsonaro que colocou fim ao chamado “acidente de percurso”.

               A CNTRV e o conjunto de suas entidades filiadas, repudia a atitude da empresa em tentar se eximir da responsabilidade e exige apuração precisa e rápida sobre as causas do acidente, o que trará à luz os fatos trabalhistas que podem ter contribuído para tantas mortes.

Neste sentido, o Ministério Público do Trabalho deve ser implacável e exercer seu papel de fiscalizador das leis trabalhistas, assim como exigir, em nome do Estado brasileiro, as reparações aos sobreviventes e às famílias das vítimas.

               Expressamos total solidariedade às famílias que neste momento sofrem suas perdas ou se encontram angustiadas pela recuperação dos sobreviventes. Não há nada que traga vidas de volta, mas a dor é ainda maior quando a justiça não é feita. 

               São Paulo, 26 de novembro de 2020.

 

Francisca Trajano dos Santos – presidenta da CNTRV.

Título: Mortes em Taguaí/SP: fatalidade ou descaso?, Conteúdo:                Até o momento são 40 trabalhadores e trabalhadoras têxteis mortos no interior de São Paulo em decorrência de um acidente que foi considerado o mais grave em número de vítimas fatais no Estado nos últimos 22 anos. O total de vítimas fatais é de 41.  O ônibus transportava 53 empregados/as de uma única fábrica, a Stattus Jeans. O acidente ocorreu no município de Taguaí, mas todas as vítimas eram moradoras de Itaí, cidade localizada a cerca de 190 quilômetros da capital paulista. Embora o advogado da empresa negue o fretamento, os fatos revelam que o transporte era feito de forma exclusiva para para suprir mão-de-obra da empresa. Foi uma fatalidade ou o acidente poderia ter sido evitado se a empresa tivesse assumido o transporte de seus trabalhadores/as? Esta é a pergunta sobre a qual esperamos resposta rápida das autoridades que estão investigando o caso.                Segundo depoimento do motorista do ônibus, houve falha mecânica. A imprensa apurou também que o veículo estaria sem licença para o transporte de passageiros. Enquanto o assunto repercute em todo o país, a empresa tenta de esquivar da responsabilidade e se apoia numa mudança na legislação trabalhista feita por Bolsonaro que colocou fim ao chamado “acidente de percurso”.                A CNTRV e o conjunto de suas entidades filiadas, repudia a atitude da empresa em tentar se eximir da responsabilidade e exige apuração precisa e rápida sobre as causas do acidente, o que trará à luz os fatos trabalhistas que podem ter contribuído para tantas mortes. Neste sentido, o Ministério Público do Trabalho deve ser implacável e exercer seu papel de fiscalizador das leis trabalhistas, assim como exigir, em nome do Estado brasileiro, as reparações aos sobreviventes e às famílias das vítimas.                Expressamos total solidariedade às famílias que neste momento sofrem suas perdas ou se encontram angustiadas pela recuperação dos sobreviventes. Não há nada que traga vidas de volta, mas a dor é ainda maior quando a justiça não é feita.                 São Paulo, 26 de novembro de 2020.   Francisca Trajano dos Santos – presidenta da CNTRV.



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